Revista do Projeto Pedagógico
II - Trabalhando
com Alunos: Subsídios e Sugestões
6. A interdisciplinaridade
Em grandes
grupos, em dupla ou até mesmo sozinho é possível integrar diferentes matérias e
levar os alunos a compreender plenamente os conteúdos curriculares. Não precisa se envergonhar por não saber muito sobre o tema. Mostre à classe
como é interessante buscar o conhecimento. "A formação continuada do professor
não se resume a realizar um curso atrás do outro, mas também ler diariamente
sobre assuntos gerais", complementa Berger. Dessa maneira, ele aprende a
aproveitar motes que surgem em sala e que tendem a ser produtivos se abordados
de forma ampla.
A realidade é um banco de idéias
O caminho mais
seguro para fazer a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação
real
.No livro Globalização e Interdisciplinaridade, o educador espanhol Jurjo Torres
Santomé, da Universidade de La Coruña, afirma que a interdisciplinaridade dá
significado ao conteúdo escolar. Ela rompe a divisão hermética das disciplinas.
Se sua escola não trabalha dessa maneira, experimente lançar a discussão em
reuniões. Outra opção é deixar seu planejamento à disposição para que os colegas
saibam que matéria você dará e em que momento. Assim os interessados podem se
organizar para agir em conjunto. A coordenação tem um papel mediador, sugerindo
parcerias e provocando o diálogo. Esse tipo de trabalho pode até ser feito por
apenas um professor. Mas, nesse caso, a equipe estaria perdendo uma ótima
oportunidade de obter resultados mais significativos.
Sem tempo,
dupla se reúne na hora do café
Um dos conteúdos
de Ciências é o sistema respiratório. Nas sétimas séries do Colégio Juvenal José
Pedroso, em Goiânia, os esquemas mostrando o pulmão, a faringe, e o nariz não
estavam sendo suficientes para chamar atenção dos alunos da professora Cleusa
Silva Ribeiro. Uma parceria sugerida pela professora de Língua Portuguesa, Paula
Rodrigues Garcia Ramos, deu um novo enfoque ao tema e às aulas.
Na escola onde as duas lecionam, a interdisciplinaridade não é prática, até por falta de tempo. Cleusa e Paula dão aulas em mais de um período. "O jeito foi nos encontrarmos nos intervalos, nos corredores, na hora do café ou dar uma fugidinha de vez em quando até a sala da outra", conta Cleusa. A dupla sugeriu aos adolescentes que fizessem histórias em quadrinhos sobre o que estavam estudando nas aulas de Ciências. O pulmão e a laringe ganharam, pernas, olhos e bocas e tornaram-se personagens. "Trabalhamos as figuras de linguagem e estudamos estruturas de diálogos. Para elaborar o texto, eles tinham que dominar bem o conteúdo de Ciências. Deu certo", avalia Paula.
O Projeto tomou mais consistência quando os estudantes sugeriram abordar nos quadrinhos temas como os malefícios do cigarro ou da poluição. Para dar conta do recado, as professoras começaram a estudar com as turmas. Paula admite que pouco sabia sobre o assunto e acabou adquirindo conhecimentos importantes para ajudar nas tarefas. Para Cleusa, a experiência foi ainda mais positiva. "Alertei meu aluno sobre um erro de ortografia. Ele argumentou que a aula não era de Língua Portuguesa. Respondi que para um bom trabalho, de qualquer área, é preciso escrever corretamente". Com esse projeto a turma aprendeu como a língua está relacionada a Ciências. "Trabalhar assim é compreender um século de avanço na educação", defende Menezes.
Na escola onde as duas lecionam, a interdisciplinaridade não é prática, até por falta de tempo. Cleusa e Paula dão aulas em mais de um período. "O jeito foi nos encontrarmos nos intervalos, nos corredores, na hora do café ou dar uma fugidinha de vez em quando até a sala da outra", conta Cleusa. A dupla sugeriu aos adolescentes que fizessem histórias em quadrinhos sobre o que estavam estudando nas aulas de Ciências. O pulmão e a laringe ganharam, pernas, olhos e bocas e tornaram-se personagens. "Trabalhamos as figuras de linguagem e estudamos estruturas de diálogos. Para elaborar o texto, eles tinham que dominar bem o conteúdo de Ciências. Deu certo", avalia Paula.
O Projeto tomou mais consistência quando os estudantes sugeriram abordar nos quadrinhos temas como os malefícios do cigarro ou da poluição. Para dar conta do recado, as professoras começaram a estudar com as turmas. Paula admite que pouco sabia sobre o assunto e acabou adquirindo conhecimentos importantes para ajudar nas tarefas. Para Cleusa, a experiência foi ainda mais positiva. "Alertei meu aluno sobre um erro de ortografia. Ele argumentou que a aula não era de Língua Portuguesa. Respondi que para um bom trabalho, de qualquer área, é preciso escrever corretamente". Com esse projeto a turma aprendeu como a língua está relacionada a Ciências. "Trabalhar assim é compreender um século de avanço na educação", defende Menezes.
Como ensinar
relacionando disciplinas
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Parta de um problema de interesse geral e utilize as disciplinas como ferramentas para compreender detalhes.
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Como um professor especialistas, você tem a função de um consultor da turma, tirando dúvidas relativas à sua disciplina.
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Inclua no planejamento idéias e sugestões dos alunos.
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Se você é especialista, não se intimide por entrar em área alheia. Pesquise com os estudantes.
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Faça um planejamento que leve em consideração quais conceitos podem ser explorados por outras disciplinas.
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Levante a discussão nas reuniões pedagógicas e apresente seu planejamento anual para quem quiser fazer parcerias.
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Recorra ao coordenador. Ele é peça-chave e percebe possibilidades de trabalho.
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Lembre-se de que a interdisciplinaridade não ocorre apenas em grande projetos. É possível praticá-la entre dois professores ou até mesmo sozinho.
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