domingo, 25 de outubro de 2009

DIA DO PROFESSOR X PROFESSOR NO DIA A DIA

Chega a ser patético comemorar o dia do professor.Alguém poderá até perguntar: Por quê?
Vem à minha mente todos esses " oito mil duzentos e oitenta dias" trabalhados , suados,
carregados de esperanças, expectativas, anseios poucos concretizados.
O dia-a-dia de um professor é algo incomparável com qualquer outra profissão, pois cada
dia algo novo acontece pois somos o fio principal na trama da vida de nossos educandos.
Viver em novidade de vida é conosco mesmo. Hoje,chego à escola e simplesmente a "te-
levisão não funciona , o DVD estragou e assim convivemos com inúmeros motivos para /
que o planejado não aconteça. Penso que amanhã poderá dar certo. Mudo minha estraté-
gia e planejo uma aula com montagens de painéis e recortes , os alunos ficam eufóricos.
Chego até os responsáveis pelos materias e a resposta é: "sumiram as tesouras", a verba
não dá para comprar e a obrigação é do aluno trazer , volto cabisbaixa , pensando em /
uma desculpa para falar aos meus alunos.Então mudo a atividade e planejo sair ao pátio
para observar os tipos de nuvens, olhando para o céu, desenhando-as e trocando idéias
com os colegas. De repente alguém chega e diz" o barulho está atrapalhando os outros"
e olha, que já foi difícil faze-los ficar quietos. Então os meus alunos podados em suas ati-
vidades voltam meio que sem-graça para o interior da sala de aula.
Estes, são apenas o começo de relatos frustrantes que acontecem no interior de uma es-
cola pública e que mexem profundamente com o meu interior de educadora e me leva a/
perguntar "Quando será que teremos dias reais de professores?" . Dias estes em que che-
garemos a escola e encontraremos um café da manhã simples mais saboroso?, água
geladinha, pura e saborosa sem termos que pagar por ela? e aparelhos tecnológicos em
condições de uso, salas arejadas e limpas, mesa para colocarmos os nossos materiais bem
limpas e banheiros dignos de um professor.


Escrito pela educadora : Gonçalina Arruda em 25/10/2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PROFESSOR:

PAIXÃO OU ILUSÃO?

Quando eu era menina, brincava de ser professora. Sempre saía a procura de amiguinhas
para que fizessem o papel de alunas. Com todo o entusiasmo as minhas "aulas" começavam
e ainda lembro dos olhinhos radiantes de cada uma prestando atenção nas palavrinhas que
eram proferidas por mim. Lembro-me do "a -e -i -o -u ", do "a -b -c -d...." incompleto mas
escrito no quadro improvisado com muito amor. A paixão começou ainda na tenra idade e quando comecei a frequentar a escola apaixonei-me pela minha primeira professora"Maria
Alice"(in memorian) e sonhava com o dia 15 de outubro para poder levar o melhor presente
( sabonete, escova de dente etc) que estava dentro de minhas possibilidades. A paixão que
movia a minha alma fazia-me acordar saltitando de felicidade, tomar um banho à beira
de um riachinho pequeno ao fundo, calçar minhas meias 3/4, vestir a camisa de tergal bran-
ca com um bolsinho pregado onde figurava o brasão da república e finalmente fechar o meu
elegante look escolar com a minha saia azul marinho de 4 pregas fundas. Minha mãe prepara-
va um gostoso leite com pão e láia eu feliz...feliz... caminhando meus 4 qulilômetros até o grupo escolar.
Hoje me recordo com saudades e afirmo sem medo de errar: a minha grande paixão pela educação nasceu ali , naquele lugar, simples , sem quadros magnéticos, sem data-show. sem
máquinas de xerox, sem televisao mais tinha o mais importante: dentro da minha professora
uma eterna paixão pela educação.
Encontro-me em umoutro século, uma nova era, dentro de duas escolas e sempre pergunto-
me estou vivendo uma paixão ou uma mera ilusão? Iludi-me ao escolher a profissão da minha
paixão? É possível uma educação com razão e emoção simutaneamente? Sim! é possível bas-
ta nos esvaziarmos de nós para colocar no lugar a peça principal desta máquina chamada es-
la que é o aluno, o único motivo da minha existência como professora.

Escrito pela professora-educadora: Gonçalina Arruda
Em: 22/10/2009 às 11:06